Neste Seminário, a partir da experiência de atendimento aos jovens participantes do Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo!, proponho discutir a função subjetiva da criminalidade para cada adolescente e jovem que com ela se envolve e, ainda, destacar o quanto a trajetória infracional de alguns garotos sinaliza um semblante de masculinidade. Afinal, para o menino, na idade adulta, trata-se de parecer-homem. É isso que constitui a relação com a outra parte. É à luz disso que constitui uma relação fundamental, que cabe interrogar tudo o que, no comportamento infantil pode ser interpretado como orientando-se para esse parecer-homem. Desse parecer-homem, um dos correlatos essenciais é dar sinal à menina de que se o é. Em síntese, vemo-nos imediatamente colocados na dimensão do semblante. (Lacan, 1971/2009, p.31)
Apresentação: Hugo Bento
Psicanalista; psicólogo (CRP 04/39401); mestre em Psicologia / Processos de Subjetivação pela PUC Minas; autor de O desejo de filho na adoção homoparental (2017), Parecer-homem: semblantes, juventude e criminalidade (2018), Idolatria (2018), Masturbação (2019) e Suite GP (2022). Possui experiência em supervisão clínico-institucional e coordenação de políticas públicas de Segurança Pública e de Direitos Humanos no estado de Minas Gerais. Professor do curso de Psicologia da Faculdade Universus Veritas de Belo Horizonte.